quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Origem do Jejes

A Nação Jeje

A nação jeje-mahin, do estado da Bahia, e a jeje-mina, do Maranhão,
derivaram suas tradições e língua ritual do ewê-fon, ou jejes, como já eram
chamados pelos nagôs, e suas divindades centrais são os voduns. As tradições
rituais jejes foram muito importantes na formação dos candomblés com
predominância iorubá.
A palavra JEJE vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro.
Portanto, não existe e nunca existiu nenhuma nação Jeje, em termos políticos.
O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons
vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de
forma perjurativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque
os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do
lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savê" que era o
lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba,
uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de
Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste,
enquanto Axantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje.
A palavra DAHOMÉ, tem dois significados: Um está relacionado com um
certo Rei Ramilé que se transformava em serpente e morreu na terra de Dan.
Daí ficou "Dan Imé" ou "Dahomé", ou seja, aquele que morreu na Terra da
Serpente. Segundo as pesquisas, o trono desse rei era sustentado por serpentes
de cobre cujas cabeças formavam os pés que iam até a terra. Esse seria um dos
significados encontrados: Dan = "serpente sagrada" e Homé = "a terra de
Dan", ou seja, Dahomé = "a terra da serpente sagrada". Acredita-se ainda que
o culto à Dan é oriundo do antigo Egito. Ali começou o verdadeiro culto à
serpente, onde os Faraós usavam seus anéis e coroas com figuras de cobra.
Encontramos também Cleópatra com a figura da cobra confeccionada em
platina, prata, ouro e muitos outros adornos femininos. Então, posso dizer que
este culto veio. descendo do Egito até Dahomé.
O idioma dos povos Jejes se enumeravam em muitas tribos e idiomas, como: Axantis,
Gans, Agonis, Popós, Crus, etc. Portanto, teríamos dezenas de idiomas para
uma tribo só, ou seja, todas eram Jeje, o que foge evidentemente às leis da
lingüística - muitas tribos falando diversos idiomas, dialetos e cultuando os
mesmos Voduns. As diferenças vinham, por exemplo, dos Minas - Gans ou
Agonis, Popós que falavam a língua das Tobosses, que a meu ver, existe uma
grande confusão com essa língua.
Os primeiros negros Jeje chegados ao Brasil entraram por São Luís do
Maranhão e de São Luís desceram para Salvador, Bahia e de lá para Cachoeira
de São Félix. Também ali, há uma grande concentração de povos Jeje. Além
de São Luís (Maranhão), Salvador e Cachoeira de São Félix (Bahia), o
Amazonas e bem mais tarde o Rio de Janeiro, foram lugares aonde encontram se
evidências desta cultura.
Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. Porém, o culto desses voduns só
cresceram no antigo Dahomé. Muitos desses Voduns não se fundiram com os
orixás nagos e desapareceram totalmente. O culto da serpente Dãng-bi é um
exemplo, pois ele nasceu em Ajudá, foi para o Dahomé, atravessou o
Atlântico e foi até as Antilhas.
Quanto a classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin tem-se a
classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que seriam os voduns
Azanssu, Nanã e Becém. Temos, também, o vodun chamado Ayzain que vem
da nata da terra. Este é um vodun que nasce em cima da terra. É o vodun
protetor da Azan, onde Azan quer dizer "esteira", em Jeje. Achamos em outro
dialeto Jeje, o dialeto Gans-Crus, também o termo Zenin ou Azeni ou Zani e
ainda o Zoklé. Ainda sobre os voduns da terra encontramos Loko. Ele apesar
de estar ligado também aos astros e a família de Heviosso, também está na
família Caviuno, porque Loko é árvore sagrada; é a gameleira branca, que é
uma árvore muito importante na nação Jeje. Seus filhos são chamados de
Lokoses. Ague, Azaká é também um vodun Caviuno. A família Heviosso é
encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de Runhó.
Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás. Sogbô também tem
particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e ainda com o filho mais
velho do Deus do trovão que seria Averekete, que é filho de Ague e irmão de
Anaite. Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois são
as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás, achamos assim
Aziritobosse. Estou falando do Jeje de um modo geral, não especificamente do
Mahin, mas das famílias que englobam o Mahin e também outras famílias
Jeje.
Como relatei, Jeje era um apelido dado pelos yorubás. Na verdade, esta
família, ou seja, nós que pertencemos a esta nação deveríamos ser
classificados de povo Ewe, que seria o mais certo. Ewe-Fon seria a nossa
verdadeira denominação. Nós seríamos povos Ewe ou povos Fons. Então, se
fôssemos pensar em alguma possibilidade de mudança, nós iríamos nos
chamar, ao invés de nação Jeje, de nação Ewe-Fon. Somente assim estaríamos
fazendo jus ao que é encontrado em solo africano. Jeje é então um apelido,
mas assim ficamos para todas as nossas gerações classificados como povo
Jeje, em respeito aos nossos antepassados.

Fonte: (Texto de Reginaldo Prandi (in: Herdeiras do Axé. Sao Paulo, Hucitec, 1996),
adaptado para este site pelo autor.)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PARTICIPEM NESTA LUTA CONTRA A INTOLERÂNCIA


Então irmão, no dia 31/12/2010 o ex caseiro de lá que hoje é evangelico invadio a roça e quebrou tudooooo: Os ibás de praticamente todos os santos, o quarto de exú e os exús ele quebrou e jogou na rua, todos os caboclos, atacaque, depenou o nosso carro e não contente foi para casa, tomou banho e disse que iria comprar gasolina para tocar fogo na casa e livra-los do mal que Deus não quer isso para eles!!!


Será no dia 19/02, em Areias que fica em Jaúa... é o segundo ponto após o pedagio!

A entrada fica 20,00 mas zeladores não pagão.

contato: 8781-4329-/ 3494-6964/ 8166-9092/ 9243-0393

domingo, 26 de dezembro de 2010

As Obrigações de Santo no Candomblé

Um ano após a feitura, o nascimento no santo, o Yawo deve fazer a sua primeira obrigação que tem como significado comemorar esse nascimento e o reforço dos seus votos. Nessa ocasião, são oferecidos: um Bori e um animal de duas patas.

Os votos serão renovados ao completar 3 (três) anos. Serão então oferecidos: um Bori e um animal de quatro patas que seja do fundamento do seu Orixá.

Aos 7 (sete) anos de feitura o Yawo alcança a maior idade no santo tornando-se Egbomin (irmão mais velho) e a partir deste momento está pronto para assumir funções sacerdotais, ou seja tornar-se dono de sua própria casa ou na sua comunidade. Ele já pode assumir o posto de Babalorixá.
Deká ou Obrigação de Sete Anos, é como se intitula este ritual de passagem.

As obrigações dentro do Candomblé não podem ser adiantadas, ou seja, dadas antes do prazo, existe a necessidade de ser respeitado o tempo para que sejam realizadas.

Somente a iniciação não assegura que o Yawo, receba o cargo de Egbomin, ele precisa cumprir todas as etapas descritas anteriormente e mesmo tendo mais de 7 (sete) anos de feito, enquanto não forem realizados os rituais de passagem seguindo a ordem cronológica, ele continuará sendo um Yawo.

O Egbomin recebe durante a cerimónia, elementos de fundamental utilidade para que exerça a função sacerdotal entre eles, os seus búzios e navalha; é justamente o conjunto destes elementos que origina o nome Deká. Além dos elementos, ele passa a ser detentor do fio de grau (Rungebe).

Outras duas obrigações são necessárias a este novo Egbomin, quando forem completados 14 (catorze) e 21 (vinte e um) anos de santo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Carta de uma acreana, da Sorbonne - Paris para Marina

Marina companheira, tão cabocla quanto eu,

Você sabe que o Serra não teria apoio parlamentar e nem apoio popular pra governar o Brasil, sua única maioria seria a imprensa e os integristas, fundamentalistas religiosos. Com Serra o Brasil voltará à instabilidade política e perderá seu capital de confiança internacional. A economia mundial funciona em função da estabilidade política. O Brasil hoje é credor de confiança. Sou economista, trabalhei anos na cooperação internacional para entender esse mecanismo.

Daí uma pergunta pra ti, “caboca” Marina e ao eleitor acreano, amazônida e aos ambientalistas:

Você prefere um governo que tem possibilidade de continuar avançando nas reformas estruturais que o Brasil necessita ou o governo do Serra que volta com as mesmas receitas que afundaram o Brasil?

Serra ministro de FHC deixou o Brasil coberto de dividas, sobretudo a DIVIDA SOCIAL. Você prefere votar no Serra para ter nossa ecologia transformada em marketing, onde alguns irão faturar fortunas e a maioria vai conviver com a degradação? Ou preferes Marina a opção de ter a ecologia integrada num processo de desenvolvimento territorial em que todos sairão beneficiados? Marina votando em Dilma temos todas as condições reunidas para podermos construir um projeto de sociedade. (veja meu ultimo artigo no Jornal A Gazeta do Acre)

Acreano povo de lutas, você acha que todas as conquistas sociais devem ser freadas em nome da razão do estado neoliberal? Que Bolsa família não serve pra nada, que o pobre deve aceitar que a pobreza é fatalidade, que ele deve continuar votando naqueles que nunca fizeram nada por ele? Que pobre deve continuar trabalhando calado tal como era na CASA GRANDE E SENZALA?
Eu acredito que o eleitor (a) acreano (a) tenha consciência política, mesmo que não consiga entender por que ele deu tão poucos votos à cabocla querida Marina e Dilma, preferindo o Zé Serra.

Todavia, uma coisa eu sei: o eleitor acreano ama sua terra acreana e o Brasil para saber que escolhendo Dilma, desta vez ele estará votando pela estabilidade política, e sustentabilidade de outro modelo de sociedade baseada num eco-desenvolvimento territorial brasileiro integrado, solidário e durável.

Mesmo sabendo que Marina não está trocando seu voto por um posto no Governo de Dilma, eu penso que sua volta ao Ministério do Meio Ambiente seria uma excelente oportunidade para por em prática sua plataforma, tendo em vista que muitas idéias se encontram no Programa da Dilma. Sabe-se que dessa vez o Congresso reúne condições de votar leis concernentes: há um projeto de reforma política e projeto de vida melhor seja na cidade, seja no campo.

Cabe a cabocla querida Marina decidir. Se voce fica em cima do muro, você dará a impressão de querer a vitoria de Serra. Marina companheira, voce não sairá da historia de lutas pela porta do fundo, ao contrário, reforce sua historia de lutas construindo juntos um projeto de sociedade para o nosso Brasil.

Caboca, mulher guerreira, a Europa não é o Brasil, os verdes daqui que tiveram esta mesma postura, eu sei que eles te aconselham fazer o mesmo, aqui não funcionou, hoje nós estamos tendo que engolir o pior governo que já tivemos na França. Ele não aplicou nada da agenda e carta de compromisso dos Verdes, ele jogou no LIXO!

Ainda é tempo caboca para reagir e confirmar que estás na mesma canoa que a nossa. Nunca fomos ecologistas iluminados, nem marqueteiros ecologistas, somos muitas caboclas, muitos caboclos que lutam por mudanças estruturais e ha muitos anos vem contribuindo por um eco- desenvolvimento territorial solidario e durável!

M.de Melo Foucher
Doutora em Economia-Sorbonne Paris
Cabocla nascida na beira do rio Acre

terça-feira, 2 de junho de 2009

O MELHOR DO GRATIS

ESTAMOS EM FASE DE CONSTRUÇÃO AGUARDEM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!